Preparação para Vida Adulta

Quando inicia?

No Brasil, legalmente, a maioridade civil inicia com 18 anos (pelo Código Civil de 2002, todos que atingem essa idade poderão responder perante o Estado e também exercer seus direitos conforme a lei). Em outros países, poderá mudar conforme a legislação vigente e  depende de aspectos culturais e contextos históricos e regionais.

 

Apenas a idade basta?

Legalmente, sim. Socialmente, alguns dirão que não, pois implica:

– Mudança de comportamento frente aos desafios da vida

– Um processo de crescimento pessoal

 

Competências Requeridas para a vida adulta

  • Profissionalmente:

    Boa Comunicação; Criatividade; Agilidade Mental; Capacidade de Análise, Reflexão e Resolução; Aprendizagem e Desenvolvimento Profissional

 

  • Para todas as áreas da vida:

         Conhecimentos – saber o quê e o porquê; Habilidades – saber como; e Atitudes – querer fazer.

*Observação: ética, bons valores e educação também são vistos como atributos que ajudarão a ter boa convivência e ampliar oportunidades. Exercer sempre a gentileza para melhor convívio social.

Preparação

  • Requer saber aprender a lidar com os desafios;
  • Não desanimar apesar das circunstâncias;
  • Procure se manter motivado;
  • Busque pessoas em que você possa confiar;
  • Escute seu coração e não dê ouvido as pessoas negativas;
  • Desistir não é opção. Pare e pense em como pode contornar um problema. Levante a cabeça e siga em frente.

Ferramentas de Autoconhecimento & Projeto de Vida

Existem muitas ferramentas de autoconhecimento na internet. Pesquise e descubra melhor quem você é. Esse é o primeiro passo para um projeto de vida adulta;

Não se cobre caso encontre dúvidas sobre a sua pessoa. Faça do autoconhecimento uma aprendizagem divertida. Verifique seus gostos, isso já é um boa indicação de como começar a pensar no seu projeto de vida;

Mas não se esqueça: Todo projeto é possível de ser alterado quando posto em execução. Ele deve servir apenas de orientação;

Portanto, coloque metas daquilo que você deseja. Tente descobrir onde você se encontra e onde quer chegar.

Um exemplo de ferramenta de autoconhecimento é a matriz SWOT (ou FOFA). Busque saber mais sobre ela na internet, mas, em síntese, você vai colocar em cada quadrante suas características fortes e fracas (ambiente interno) e oportunidades e ameaças do mundo que o cerca (ambiente externo). Após descobrir os pontos chaves, planeje-se e coloque em prática.

Guia de ação para vida adulta

Abaixo, segue conjunto de ações colocadas por Marinho-Araújo et al. (2016) que pode servir de guia para o desenvolvimento de competências:

RECURSOS PESSOAIS RECURSOS SOCIOAFETIVOS RECURSOS ÉTICO-POLÍTICOS
Definição:

• Características e recursos do indivíduo, singulares e subjetivos disponibilizados como metas de desenvolvimento pessoal e profissional.

• Conhecimentos prévios, advindos da história de vida e da experiência cotidiana, transformados a partir da articulação aos conhecimentos formais.

Definição:

• Características favoráveis ao relacionamento social e interpessoal e à construção de espaços de interlocuções intersubjetiva e coletiva, potencializadoras da atuação profissional.

Definição:

• Características favoráveis à busca de várias possibilidades presentes nas intersubjetividades das relações, negando ações pautadas em juízos de valor ou em normas moralistas discriminatórias e geradoras de exclusão social.

Ações:

• Avaliar e rever sua própria atuação, conhecimentos, crenças e pontos de vista a partir de novas orientações ou atualizações.

• Desenvolver gestos, estilos e posturas que permitam perceber, responder e vencer os desafios.

• Aceitar o desconhecido e as emergências, utilizando os para novas aprendizagens.

• Elaborar projetos individuais de estudo e de aperfeiçoamento profissional contínuo.

• Realizar comunicações orais em diferentes contextos de atuação profissional.

• Apresentar trabalhos e discutir ideias em público.

• Redigir documentos técnicos e profissionais e textos de comunicação científica referentes a sua atuação específica.

• Persistir e perseverar em ações planejadas, a despeito de insucessos circunstanciais. • Atuar com organização, objetividade, assertividade.

• Avaliar efeitos positivos e negativos de uma ação, retroativamente, para orientar ações futuras e tomada de decisão.

• Agir com autonomia e independência diante de situações problemas.

• Enfrentar contextos estressores e relações conflituosas, buscando soluções criativas e gestão de conflitos.

Ações:

• Coordenar e manejar processos grupais, estudos, tarefas e trabalhos coletivos, considerando as diferenças individuais e socioculturais de seus membros, a multiculturalidade e a diversidade.

• Atuar inter e multiprofissionalmente de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na atuação profissional.

• Promover desenvolvimento de equipe, compartilhando projetos e objetivos comuns. • Favorecer a socialização de saberes e a circulação de informações.

• Estimular a participação coletiva em equipes multiprofissionais.

• Gerir conflitos, sinalizando inadequações e equívocos nas atitudes dos membros do grupo, ampliando a compreensão das situações. • Buscar alternativas de resolução de problemas, por meio de habilidades comunicativas e cooperativas.

• Disponibilizar-se a ouvir o outro, respeitando diferentes pontos de vista e abrindo-se para o novo.

Ações:

• Responsabilizar-se pelas escolhas feitas e por suas consequências.

•Desenvolver questionamento e interrogação reflexivos, críticos e constantes sobre suas próprias decisões, ações e posturas.

• Considerar o campo de atuação profissional e seus desafios contemporâneos.

• Analisar o contexto em que atua profissionalmente em suas dimensões institucional e coletiva, compreendendo a dinâmica entre os agentes sociais. • Avaliar criticamente linhas de pensamento e concepções relativas a seu campo profissional.

• Exercitar o compromisso político com o movimento histórico de mudanças pessoais e coletivas.

• Buscar princípios ligados à tolerância, solidariedade, respeito, justiça e igualdade de oportunidades.

• Rever critérios, guias e referenciais em função de novos dados ou argumentações, exercitando prudência nas avaliações.

• Disseminar uma cultura de esperança e de confiança nas ações humanas e nas transformações sociais.

• Valorizar a diversidade e não camuflar as distâncias desiguais entre culturas, formas, gostos e preferências.

• Coibir a criação de preconceitos gerados por preferências ou indiferenças diante de pessoas, relações ou situações.

• Destituir-se de uma ética e de uma estética normativa, coercitiva e limitadora em prol de referenciais mais flexíveis e menos arbitrários. • Apresentar propostas de trabalho de forma organizada, atraente, agradável e interessante, estimulando o diálogo entre estéticas particulares e estéticas coletivas.

• Construir uma presença e um estilo pessoal coerente, condizente e adequado a cada contexto e ação profissional.

• Reconhecer e intervir na superação de regras e padrões estéticos que obstaculizam a criatividade, a originalidade e a autenticidade.

Referencial Bibliográfico

BRANDÃO, H. P; GUIMARÃES, T. de Aquino. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos ou instrumentos de um mesmo construto? Revista de Administração de Empresas.  São Paulo. 2001.

CARNEIRO, R. Prefácio. Preparados para trabalhar? Um estudo com diplomados do Ensino superior e empregadores. In, Diana A. Vieira & Ana Paula Marques. Lisboa: Fórum Estudante. 2014.

CHEETHAM, G; CHIVERS, G. The reflective (and competent) practitioner: A model of professional competence which seeks to harmonise the reflective practitioner and competence-based approaches. Journal of European Industrial Training. 1998, p. 267-276.

GUERREIRO, Maria das D; ABRANTES, Pedro. Como tornar-se adulto: processos de transição na modernidade avançada. Revista Brasileira de Ciências Sociais – RBCS. 2005.

MARINHO-ARAUJO, Claisy Maria;  Et al. Abordagem de competências, desenvolvimento humano e educação superior. Revista de Psicologia: Teoria e Prática. Vol.32. 2016.